Um terreiro é um espaço religioso onde se desenvolve o culto de religiões afro-brasileiras. Então, é o mesmo que templo para o evangélico, igreja para o católico etc. Seus fins são os mesmos.

O lema da Umbanda é “amor, humildade e caridade”, conforme dito pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, que fundou a religião junto com seu médium Zélio Fernandino de Moraes. Observe se você e os demais presentes estão sendo recebidos dessa forma pelos que ali se encontram.

Sim, o Terreiro de Umbanda recebe a todos sem distinções e julgamentos, nosso objetivo é acolher.

É necessário que haja alguns cuidados ao vestir-se – sem exageros. Uma calça comprida e uma camisa confortáveis, nem decotada, nem sem mangas, são suficientes, por mais simples que sejam. Sempre sugerimos também que as cores da roupa sejam claras e que o calçado usado seja fácil de ser colocado e retirado – no espaço sagrado afro-religioso, não raras vezes, é solicitado que entremos descalços não apenas como sinal de respeito, mas também para uma dispersão de energia mais fácil. Não se costumam usar bonés nem coberturas para a cabeça. Age-se assim tanto em espaços religiosos, ou solenes, como igrejas e cemitérios; quanto em locais públicos como fóruns, delegacias e escolas. Aja respeitosamente.

Ao chegar, se desejar, você poderá mentalmente pedir licença aos protetores e mentores do terreiro.

 Procure manter o silêncio. Existe uma frase muito famosa no meio espiritualista, que é: “o silêncio é uma oração”. Siga-a à risca.
 Procure concentrar-se no que veio buscar, em suas necessidades, no seu pedido de ajuda.

 Temos o atendimento por passe energético que é um realinhamento dos chacras, pontos de energias que lhe trará um fortalecimento energético sem a necessidade de conversa.
 Temos o atendimento consulta, como o nome diz, você informa o seu pedido, o que necessita neste momento em que será orientado.
 Na dúvida, peça orientação ao participante da corrente que está de uniforme sobre quais são os procedimentos para o atendimento – qual senha você deve pegar.

Se tiver dúvidas, se se sentir incapaz de fazer algo que é solicitado a todos, ou se se sentir desconfortável com quaisquer coisas, esclareça suas dúvidas com algum cambono. Os cambonos são responsáveis pela organização da parte material e do funcionamento da casa. Eles poderão lhe ajudar.

Crianças são muito bem-vindas também. Se levar as suas, mantenha-as por perto e não permita que interfiram nos trabalhos espirituais ou incomodem em demasia. Bebês choram – se o seu chorar, não se apavore: procure silenciá-lo na área externa, se for possível. Se não for, dentro das possibilidades, tente mantê-lo calmo. Amamente-o, se quiser. Mas se ele insistir em chorar, ora, paciência! Bebês choram – você sabe disso e nós também.

Compreenda que todo local religioso precisa se sustentar. Terreiros umbandistas não cobram da assistência nem consultas, nem passes – muitas vezes não cobram nem os objetos que serão usados nos trabalhos – porém precisam pagar pela manutenção geral de seu espaço. Se você tiver como contribuir, normalmente, são mantidas caixinhas de doações nas quais você pode depositar o que seu coração – e seu bolso – permitirem. Porém, lembre-se: se você não está em condições de contribuir com nada, não precisa ficar com sua consciência pesada. Terreiros são casas de caridade e sabemos que muitos que nos procuram são humildes de condição ou estão passando por terríveis momentos financeiros ou de saúde. Você é tão bem-vindo quanto qualquer outro e será atendido da mesma maneira.

Se algo diferente disso acontecer, há algo de errado com a casa – e não com você.
Recomendamos que procure outro local em que a caridade venha primeiro, e não o dinheiro.

No mais, seja educado e paciente. Do mesmo jeito que você possui suas necessidades, outros também estão ali em busca de caridade. Nem todos possuem a gentileza necessária. Se algum outro visitante for descortês, procure não prestar atenção.
Esteja atento ao seu próprio comportamento e ao dos que lhe acompanham. Como uma vez nos disse um preto velho muito querido, o Pai Joaquim de Angola: “A Umbanda está aqui para abraçar a todos”. Seja abraçado, seja bem-vindo – e ao final, não se esqueça de agradecer mentalmente aos guardiões e mentores do espaço sagrado pela caridade que recebeu. Um coração grato por si só já é o começo da cura.